sábado, 18 de maio de 2013

A EPOPEIA HUMANA


Eis que a febre será curada, mas a cicatriz ficará

De vontade me detenho, de prazer me alegro,
mas me exacerbo de solidão na minha mente sentença.
Quando de tristeza piorar, de solidão a expirar.
Solitário me encontro no ermo de meus pensamentos, de meus caminhos, de meus movimentos,
não há lugar nenhum, não há gente alguma nesse mundo que pertenço.
Se a enfermidade vier e lacerar o meu corpo ou a minha alma,
só de imaginar minha imagem se apagará. Que indiferença terrível!
O céu, a terra, os homens são exigentes, não dá pra se omitir e descansar.
Eis que nem a morte, tão logo, me quer.
Vivo na multidão que tem consolo, mas quando durmo,
na escuridão, meu corpo transpira e respira por si mesmo.
Ouço rumores,
vejo formas,
inspiro odores,
mas, no entanto, sem nenhum acalento.
Não há respostas,
não há gestos,
tento me imanar de desejos, de sensações, de prazer,
mas com a cabeça no tempo que me dita que é em vão.
Até a genialidade me nega,
mas vou assim mesmo, até que o silêncio me faça entender que o sol do
entardecer aquecerá a noite da vida.
Essa vida que esconde da alma o que é infinito e eterno.
Quando eu me encontrar com a primazia do mundo,
da inteligência e do amor,
então, esse silêncio me fará repousar.